Rússia critica "interferência externa" na Ucrânia

A Rússia criticou hoje a "interferência externa" na Ucrânia, depois de a União Europeia ter repudiado os recentes confrontos entre polícia e manifestantes e alertado para possíveis consequências nas relações com Kiev.
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"As autoridades legítimas da Ucrânia enfrentam uma interferência externa nos seus assuntos internos", disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Grigory Karasin, à agência Interfax.

"A parte extremista da oposição está a violar grosseiramente a Constituição do país", acrescentou.

Para Karasin, é "necessária uma decisão que permita normalizar a situação", porque "o que está a acontecer não pode ser visto como um processo político normal".

As declarações deste responsável, feitas um dia depois de o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, ter condenado o "apoio indecente" de países estrangeiros à oposição ucraniana, surgiram depois das reações europeia e norte-americana aos confrontos que hoje fizeram dois mortos e vários feridos em Kiev.

Num comunicado divulgado hoje, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, apelou para um "diálogo genuíno" na Ucrânia e advertiu que Bruxelas vai "avaliar possíveis ações e consequências para as relações" UE-Ucrânia.

Os Estados Unidos, por seu lado, suspenderam os vistos a vários ucranianos envolvidos na violência das últimas semanas contra manifestantes e admitiram vir a tomar outras medidas.

A Ucrânia é palco há cerca de dois meses de protestos maciços contra a decisão do Presidente de suspender os preparativos para a assinatura de um acordo com a União Europeia e de estreitar os laços económicos com a Rússia.

Os protestos, os maiores desde a Revolução Laranja de 2004, agravaram-se depois da aprovação pelo Parlamento de legislação limitando as manifestações e reforçando as sanções contra os manifestantes.

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